17 de julho de 2023

Porque histórias de terror para crianças são melhores do que as de adultos

 O titulo original desse post seria "Comprei um livro de 300 reais", mas eu queria escrever sobre o meu amor por histórias de terror para crianças.

Eu sempre gostei de histórias de terror, porém eu não sou muito fã de filmes ou de jogos de terror por dois pequenos motivos: Jumpscares e excesso de violência. Sei lá, um filme sobre um serial killer que corta os tornozelos das vitimas para que elas não consigam correr não é algo que desperta o meu interesse, e geralmente nessas historias os criadores se apegam muito a recursos baratos para chocar.

Porém numa história para crianças o autor sofre limitações, ele não pode colocar cenas muito violentas, ou que envolvem assuntos muito pesados, as vezes ele não pode nem matar os personagens, é aí que ele precisa usar a criatividade para criar uma boa história.

Um bom exemplo disso é a animação em stopmotion "Os sustos ocultos de Frankelda" onde em um os episódios, um garoto que não queria fazer a lição de casa é visitado por um duende que promete fazer suas tarefas em troca e seu nome. 

O menino então diz seu nome ao duende e passa o resto do dia brincando e se divertindo, porém quando volta para casa descobre que seus pais estão tratando o duende como seu filho, e não só isso como eles não enxergam mais o menino, o duende então explica que o nome é quem nós somos, se você seu nome a um duende, então agora você se tornou um duende sem nome. 

O garoto então vai até a casa de seu vizinho esperando que um dia possa fazer algumas tarefas de casa em troca de um nome...

Em nenhum dos episódios o protagonista teve uma morte violenta, porém a ideia de ser substituído e nem os seus pais notarem a diferença pode ser um destino pior do que a morte.

Há alguns anos atrás eu fui na biblioteca para passar o tempo e perguntei para uma funcionária se havia algum livro com contos curtos de terror, ela me recomendou um livro chamado "Contos de terror do Navio Negro", os contos do livro eram um pouco mais maduros, os personagens realmente encontravam a morte no fim da história, porém nada muito chocante, um dos primeiros contos é sobre um marinheiro que trabalha em um navio de imigrantes.

Em uma viagem ele conhece uma moça e acaba se apaixonando por ela, conforme os dias se passam o clima do navio se torna estranho, tudo parece meio cinza com exceção da moça, talvez uma doença, ele decide abandonar a vida e marinheiro para viver no continente com sua amada, ele se declara e ela diz que irá apresenta-lo para sua família, nesse momento o marinheiro percebe que todos no navio olhavam para o dois, não só os passageiros, mas a tripulação, cinzas, doentes, e com um par e furos em suas gargantas, ele olha para a moça que sorri com longos caninos antes de dar o bote.

Depois e ler o livro todo, descobri que o autor havia lançado mais dois volumes: "Contos de terror do tio Montague" e "As histórias de terror da entrada do túnel" Cada uma desses livros passando facilmente dos 300 reais na Amazon e nenhum exemplar na biblioteca perto de casa.

Desisti de ler os outros volumes, até que recentemente fui pesquisar e haviam sites vendendo por 70 reais, é claro que não pensei duas vezes antes de comprar. 

Novamente os contos o livro eram muito bons, os meus favoritos foram: "O demônio de madeira" e "A Moldura dourada" e assim como no Navio Negro, há um plot entre um conto e outro.

Nome: Contos de terror do tio Montague
Autor(a): Chris Priestley
Editora: Rocco



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