21 de dezembro de 2025

Alone on the Map

Eu sempre gostei de RPG,  mas para se jogar RPG normal, você precisa de 3 coisas: amigos, amigos que gostem de passar 4 ou 5 horas jogando RPG e o mais importante,  amigos com tempo, coisas um pouco difíceis de encontrar na minha idade...

Mas recentemente eu descobri a existência dos chamados RPGs Solos onde você pode jogar sozinho sem precisar esperar os planetas se alinharem para você e seus amigos conseguirem se encontrar.

Um dos que me pareceu mais interessante foi "Alone on a Map" onde você é um cartografo que recebeu a tarefa de desenhar um mapa mundi.

No entanto...

Eu não gostei tanto assim da experiência... não parecia que eu estava desenhando um mapa de uma terra fantástica, e sim jogando dados e desenhando pontos de referência aleatoriamente.

Mas e se eu alterasse um pouco as regras? Tentasse tornar a experiência mais interessante? 

No jogo original você dividiria uma folha de papel em 36 quadrantes, depois você usaria 2 dados de seis lados para decidir as coordenadas dos seus marcos e puxaria uma carta para dicidir que tipo de ponto seria, um rio, uma montanha. Depois você repetia o processo até que seu mapa estivesse completo ao mesmo tempo que você mantivesse um diario documentando cada ponto de referência no mapa

Mas vamos supor que as coisas fossem um pouco diferentes... você joga os dados para decidir em que ponto do mapa você inicia a sua jornada.

Eu usei um baralho de Tarot, por que eu queria nomear lugares de acordo com nomes de arcanos, mas você pode utilizar um baralho comum

Para jogar eu retirava duas cartas, a primeira indicava o tipo de terreno:

copas: fogo

paus: terra

ouro: ar

espadas: água

A interpretação disso cabe ao jogador, copas pode tanto ser um deserto desolado quanto uma região vulcanica, ouro pode ser uma região de alpes ou indicar uma cidade voadora, tudo depende do quão fantasioso você quer que seu mundo seja.

Já o numero indicava qual a extensão desse território, quantos quadrantes ele ocuparia, se fosse um As ele ocuparia um quadrante, mas se por acaso a carta fosse um rei, rainha, valete ou cavaleiro, isso indicaria a presença de uma cidade no quadrante.

A segunda carta representa como a natureza daquela área se mostra, assim como uma inspiração para o nome dessas terras. Se ela é hostil, fértil, rica, etc. 

Copas: sentimentos

paus: conhecimento 

espadas: perigo

ouro: riqueza

O numero representaria o valor dessas características, sendo Ás o mais pobre e rei o maior valor, um 10 de copas por exemplo poderia representar um lugar com forte valor sentimental, seja por ter um certo misticismo,  seja pela natureza exuberante,  ou por crenças que rondam a própria cidade, 2 de paus poderia ser um lugar inexplorado, que se tem poucas informações sobre, ou que esconde algum segredo.

Para apontar os diferentes tipos de terra eu usei aquarela em tons terrosos, por ser uma tinta que se espalha, achei que daria formas mais naturais para as ilhas. O modo como diferentes cores se mesclam causa a impressão de transição de paisagens.

E como é um RPG,  eu tenho que criar um personagem. O nome da minha cartógrafa será Maria Vidine

Como cartografa, seria muito chato se ela apenas ficasse em um escritório desenhando mapas, então para construir os mapas ela irá viajar por esse mundo fictício que estamos construindo.

Esse é o seu diário de viagens:

Viagens de Maria Vidine

Coordenadas (4,3) (cartas: 2 de Ouro, Ás de Ouro)

Começo a minha jornada em Prosperidade, local conhecido pelos seus metais preciosos e cavernas inexploradas

Pessoas de todo os lugares vem até aqui em busca de novas oportunidades

(4,1) Cartas: Valete de Espadas, 8 de copas

Seguindo para o norte chegaremos a baia do Desapego, lar das ruinas de Mirage, ao contrario da maioria das ruinas, Mirage não foi destruída por invasões e sim abandonada. Por ser uma região montanhosa, paleontólogos acreditam que a cidade foi abandonada após uma grande escassez de comida. A região montanhosa e fria dificultava a agricultura, e a geografia ingreme impediu a construção de portos na época, isso provavelmente obrigou seus cidadãos a cruzarem o mar e as montanhas em busca de terra mais férteis.

(1,3) Cartas: Rei de espadas, Hierofante

Mirage não recebeu esse nome a toa, navegadores de diferentes épocas relatam o avistamento e uma cidade no meio do mar, como as ruina são banhadas pelos mares onde essa lenda circula, muitos associam as ruinas com a lenda, acreditando que as lendas se referem a cidade abandonada.

No entanto, é curioso apontar que embora relatos de "cidades flutuantes tenham diminuio nos ultimos seculos, elas na realidade foram substituidas por relatos de "navios fantasmas". Eu mesma enquanto cruzava esse oceano acreditei ver por um breve segundo, algo que parecia ser uma ilha no horizonte noturno, ao pedir para que o capitão virasse o barco, eu percebi que a ilha não estava mais lá, o capitão do navio então me contou uma versão da lenda onde essa ilha/cidade/ navio é um guia, um local habitado por aqueles que se perderam no mar, que ela pode te levar ao eu destino ou te tornar parte deles...

Como cartografa acho fascinante a ideia de uma ilha completamente desconhecida, mas não acredito que seja prudente gastar recursos em busca de um local mitológico...

(2,2) 6 de Pau, Ás de Copa

Após cruzar o mar, atracamos em Niwe Coppr, um continente misterioso coberto por uma gigantesca floresta com reputação de carregar dons místicos

(2,5) Torre, 4 de ouro

Seguindo para o sul encontramos a cordilheira das quedas, uma extensa cadeia de montanhas, esse costumava ser a capital de um reino prospero, mas que infelizmente caiu no esquecimento. Exploradores e aventureiros costumam se arriscar na busca pelo palácio da antiga capital. Embora registros confirmem que a cidade é real, ela muito provavelmente foi destruída e saqueada há muito tempo atrás...

(6,3) 9 de ouro, justiça

Contornando os montanhas, segui para oeste em direção aos vales do Karma, uma formação rochosa mais baixa que as cordilheiras das queda, mas igualmente impressionante, talvez eu volte aqui em outra ocasião para registrar suas formações com mais detalhes

 (4,5) 8 de espadas, 3 de espadas

Após pegar outro navio na costa o Karma, atravessei o mar que separa Prosperidade e Niwe Coppr, também conhecido como mar o desgosto.

Não é apenas o mar que divide dois continentes tão diferentes um do outro, o mar do desgosto banha dois desertos igualmente distintos.

Terreno (10 de copas, 4 de copas) Significado (3 de copas, O enforcado)

Enquanto Prosperidade tem a baia da Abundância conhecida pela belíssimas praias, Niwe tem a praia as oferendas, onde antigamente pessoas eram levadas para o mar como sacrifícios e nunca mais retornavam.

É curioso como tão próximo o mar do desgosto onde vidas se perdiam no mar temos o Oceano Mirage, onde há lendas sobre uma cidade formada por pessoas que se perderam no mar...

Floreta Niwe Coppr (2,4) Imperatriz

Embora a maior parte da floresta seja inexplorada, há diversos vilarejos espalhados em seu interior a maioria de liderança matriarcal, muitos voltados para a agricultura e o artesanato.

(2,5) Cavaleiro de copas (uma cidade foi encontrada), força

Eu encontrei!!!

Depois de decidir cruzar a cordilheira as quedas, eu encontrei uma estranha formação rochosa, o palacio da capital nunca foi encontrado pois ele fazia parte das montanhas, eu apenas o encontrei poi estava procurando um lugar para me abrigar da chuva.

(O mundo)

Infelizmente a maior parte de eu tesouros for saqueada como eu temia. Marquei no mapa a localização aproximada para quando eu voltar para a minha cidade natal. Mesmo que a maior parte tenha ido saqueada a estrutura continua sendo o bem mais valioso desse palacio. Estalactites e estalagmites esculpidas adornam cada canto do salão principal.

Ha diversos desenho e escrituras nas paredes, fiz algumas anotações e pretendo levar para o departamento de línguas e antropologia.

(2,6) 9 de espadas, Diabo

Sigo para a parte mais perigosa de minha viagem, ao sul das cordilheiras se encontra o mar do Diabo, um lugar perigoso e traiçoeiro, quase nenhum barco se atreve a cruzar essas aguas, alegando que são amaldiçoadas

(4,6) Rainha de paus

Retornei aos Vales do Karma pelo rio Mae Ardor, ao longo ele avistei diversas cidade construidas em suas margens. O povo de Karma é alegre e convidativo, apesar de serem extremamente insistentes sobre certas coisas, não é vito com bons olhos recusar convites por aqui, principalmente na cidade de Mar Ardor onde eu me hospedei por algumas noites.

(5,5) 10 e paus

Apos minha estadia em Mae Ardor, fui para o nordeste seguindo as margen do rio, embora Karma possua uma vasta cadeira de montanha, as trilhas por onde a maior parte dos rios corre é bem agradavel. É facil se perder nas montanhas, mas se você encontrar um rio, logo encontrará uma cidade.

(o Louco)

Infelizmente o meu trabalho como cartografa me impede de pegar as rotas já exploradas, então me afastei das margens e fui para sudeste em direção as montanhas.

(5,6) O sol

No coração de karma há um morro que se destaca dos outros. Crença locais dizem que se você iniciar a escalada desse morro ao por do sol e atingir o topo a tempo do nascer do memo, você terá uma vida de sucesso. Eu comecei a minha escalada mais céu apenas para poder admirar a vista, realmente o nascer o sol aqui é belíssimo, de certa forma eu sinto que já alcancei o sucesso em minha jornada.


Então esse é o mapa finalizado de... Trea Rost uma terra repleta de montanhas inexploradas e prósperas:


Nenhum comentário:

Postar um comentário